Para Sempre Mulher

1955, Long-metragem de ficção, 109’

Realizadora: Kinuyo Tanaka

Sinopse: Hokkaido, norte do Japão. Fumiko vive um casamento infeliz. O seu único consolo são os seus dois filhos e um clube de poesia que revela ser a sua principal escapatória, permitindo visitas à cidade. Aí encontra Taku Hori, o marido da sua amiga Kinuko que, como ela, escreve poemas. Ela sente-se cada vez mais atraída por ele, porém Fumiko é diagnosticada com cancro da mama. Enquanto os seus poemas são publicados, ela sujeita-se a passar por uma mastectomia. A jovem mulher descobre, então, a paixão por um jornalista que vem visitá-la ao hospital.

Carta de Amor

1953, Longa-metragem de ficção, 96’

Realizadora: Kinuyo Tanaka

Sinopse: Lançado um ano após o fim da ocupação americana do Japão, a estreia de Tanaka na realização explora os conflitos profissionais e pessoais de Reikichi, um veterano repatriado que procura o seu amor perdido enquanto traduz cartas românticas de prostitutas japonesas para soldados americanos

A Lua Ascendeu

1955, Longa-metragem de ficção, 102’

Realizadora: Kinuyo Tanaka

Sinopse: O Sr. Asai mora em Nara com as suas três filhas: a mais velha, Chizuru, que voltou para a casa da família após a morte do marido; a do meio, Ayako, em idade de casar, mas sem pressa de deixar o progenitor; e a mais nova, Setsuko, a mais exuberante das três irmãs que sonha em mudar-se para a capital. Esta última é muito próxima de Shôji, o jovem cunhado de Chizuru que mora num templo próximo da família Asai. Um dia, ele recebe a visita de um velho amigo, Amamiya, que lhe fala sobre Ayako. Setsuko está convencida de que Shôji ainda tem sentimentos pela sua irmã e fará de tudo para forçar o destino…

Sacavém, de Júlio Alves

2019, Longa-metragem documental, 65’

Realizador: Júlio Alves

Sinopse: Não é o rotineiro documentário sobre um artista, neste caso o cineasta Pedro Costa, nem tão pouco uma visão equilibrada da sua obra. Entre outros méritos, Sacavém dialoga com essa figura maior do cinema contemporâneo sem recorrer às habituais cauções (depoimentos de terceiros, evocação de prémios e reconhecimento crítico, etc.) ou procurar mimetizar o seu cinema. Júlio Alves encontra a distância justa para ler essa obra sem o peso da reverência ou do pastiche, ligando algumas personagens e objectos recorrentes desde Casa de Lava ao seu próximo filme, mostrando a continuidade entre a visão do realizador e o mundo que lhe serve de matéria e iluminando a singular forma de realismo assombrado por fantasmas e memórias que atravessa o cinema de Pedro Costa. A presença esquiva do próprio no filme de Júlio Alves é também ela exemplar de uma ética de trabalho solitária e artesanal de que os filmes são o testemunho mais eloquente.

Nuno Sena (Indielisboa 2019)

Estreia comercial a 23 de Março de 2023 em 3 salas (Lisboa, Coimbra e Leiria)


Diálogo de Sombras, de Júlio Alves

2021, Longa-metragem documental, 60’

Realizador: Júlio Alves

Sinopse: Entra-se em Diálogo de Sombras através de plano inusitado, mas revelador de uma das mecânicas do filme de Júlio Alves: a problemática do acto de ver. Uma figura assiste a uma projecção, um trecho de um filme que sabemos ser interpretado por Ventura, pela voz que nos chega do fora de campo. No início de diálogo com os écrans de Pedro Costa e das companhias dispostas nas várias galerias de Serralves, esse espectador está delimitado por uma porta de luz e ladeado por sombras. Diálogo de Sombras convoca, então, um puzzle, que relaciona afinidades, mas que também expõe uma filiação artística, de pendor estético e ético, que o filme de Júlio Alves resolve ao intensificar um espaço contínuo de narrativas, de modelos de humanismo no retrato dos desfavorecidos, das projeções dos close-ups de Vanda, Vitalina e Ventura, príncipes de uma dinastia perdida.

Vitor Ribeiro (programador)

Estreia comercial a 23 de Março de 2023 em 3 salas (Lisboa, Coimbra e Setúbal)

Guerra, de Marta Ramos e José Oliveira

2020, Longa-metragem de ficção, 104’

Realizadores:  Marta Ramos e José Oliveira

Sinopse: A partir da rememoração de um professor de Língua Portuguesa na actualidade, vamos seguir Manuel, o seu pai, ex-combatente da nossa guerra colonial e constantemente atormentado por essas lembranças. Iremos com ele até ao fundo dos lugares físicos que o obcecam – dos quartéis da formação até aos lagos e jardins da sua juventude e enamoramento – bem como ao abismo da sua memória – a guerra e a paixão juntas, indestrinçáveis, numa batalha que pergunta ou grita as imemoriais dúvidas existenciais.

Perseverança

Autor: Serge Daney

Perseverança é o livro que Serge Daney nunca escreveu. Começa com o seminal texto O travelling de Kapò e baseia-se numa entrevista feita a Daney por Serge Toubiana, durante três dias, pouco tempo antes da morte do primeiro.


Autor: Serge Daney

ISBN: 978-989-53806-0-2

Sobre o livro: Perseverança é o livro que Serge Daney nunca escreveu. Começa com o seminal texto O travelling de Kapò e baseia-se numa entrevista feita a Daney por Serge Toubiana, durante três dias, pouco tempo antes da morte do primeiro. Serge Daney, cunhando-se cine-filho, fazia assim a sua cine-biografia. Como diz Toubiana no prefácio: “Nesse dia, Serge contou-me a sua própria história, o seu percurso de criança nascida em 1944 – o ano de Roma, Cidade Aberta e da descoberta dos campos –, depois, de adolescente e de jovem que, através do amor pelo cinema, iria escrever a sua vida. Ou seja, confundi-la com uma certa história do cinema.”

Preço venda directa: €13,50 (contactar por email)

Johnny Coração de Vidro, de Koreyoshi Kurahara

1962, Longa-metragem de ficção, 106’

Realizador: Koreyoshi Kurahara

Sinopse: Mifune, uma jovem fugitiva do traficante de escravos Akimoto, afeiçoa-se pelo seu salvador Joe, que a trata com distância. Perseguindo-se um ao outro, eles viajam de local em local no norte inóspito de Hokkaido enquanto Mifune se envolve num triângulo com Joe e Akimoto. Ela, enfim, chega à praia da sua cidade natal, Wakkanai, onde outrora ouvira uma canção de um poeta, “Johnny Coração de Vidro, e caminha em direcção ao mar clamando por Johnny, seu salvador fantasmático.